Texto por Metro Jornal – Você sabia que o som pode ser uma ferramenta de planejamento inteligente e saudável de uma cidade?
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É isso mesmo: o ruído funciona como um fio condutor para a organização de bairros de uma metrópole, evitando colocar zonas residenciais em áreas barulhentas e programando outras ações que envolvem o uso e a ocupação do solo.
E sabia também que a poluição sonora é uma das mais prejudiciais à saúde, só perdendo para a poluição do ar? De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial está exposta a níveis de ruído que podem causar diversos problemas, como perturbação e desconforto, prejuízo cognitivo, distúrbios do sono e doenças cardiovasculares.
Um dos maiores especialistas nesse assunto, o arquiteto Marcos Holtz, vice-presidente técnico da Pró Acústica, falou sobre o som nas cidades no evento organizado pela Grow no início de maio, o 1º Summit Grow de Segurança e Convivência na Micromobilidade. Holtz frisou que é impossível mudar os ruídos sem tocar na mobilidade urbana e contou que na Europa já existe todo um trabalho para melhorar a condição da população em relação à poluição sonora: “O barulho do carro é onipresente e é um problema de saúde pública. A gente naturaliza a poluição sonora nas cidades, acha que é normal, mas ela é extremamente prejudicial”.
Para melhorar esse quadro o ideal é adotar modais silenciosos, como bicicleta, patinete e o transporte a pé – um modo, aliás, usado por grande parte dos brasileiros. De acordo com a Associação Nacional dos Transportes Públicos, dois terços da mobilidade no Brasil são feitos a pé e de transporte público.
Holtz ressalta a importância de fazer um diagnóstico da cidade sobre os lugares mais barulhentos, traçando um mapa que defina ações posteriores como controle de pousos e decolagens de aviões, troca de asfalto, barreira acústica e limitação de transporte em áreas centrais. Segundo ele, não é a audição a mais afetada, mas sim o sistema cardiovascular. “A poluição sonora urbana pode provocar infartos e derrames. Ela realmente é muito importante e deve ser tratada com o devido cuidado que merece”.
Há dois anos, para marcar o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, celebrado no dia 24 de abril, fones de ouvidos foram colocados no Monumento às Bandeiras, um dos símbolos da cidade de São Paulo, feito pelo artista Victor Brecheret. “Foi uma forma de alertar a população sobre os perigos da poluição sonora. Precisamos criar uma política de gerenciamento de ruídos para vivermos em cidades mais silenciosas e saudáveis”, disse Holtz.
Fonte original do texto: Metro Jornal
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