Texto por UOL Adega – Além do simples prazer emocional, a união de música e vinho pode ajudar no crescimento das uvas e deixar a bebida mais saborosa.
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Nada é mais agradável do que relaxar, beber um bom vinho e escutar uma boa música, tudo ao mesmo tempo. A atmosfera se torna mais leve, a mente relaxa, o som tem efeito tranquilizante e o vinho até parece mais gostoso. Parece? Segundo pesquisadores de vários cantos do mundo, com a música ambiente certa, o vinho não só parece como, de fato, fica mais saboroso.
Teorias
Há algum tempo, os vienenses Thomas Koeberl e Markus Bachmann vem demonstrando que a música – especialmente a clássica – tem efeitos sobre o vinho durante o processo de fermentação. A teoria, conhecida como “Sonor Wines”, mostra que o vinho se torna mais refinado quando é fermentado ao som de compositores como Mozart, por exemplo.
A experiência para provar a teoria não é complicada. Nos tanques de fermentação, é introduzida uma pequena caixinha de som, que reproduz a música desejada. Nela são tocados, além de Mozart, ópera, valsa, jazz etc. Segundo a dupla, a reação entre o suco e as ondas sonoras deixa o vinho com menos açúcar e o torna mais complexo, profundo e maduro.
Tanto no Velho quanto no Novo Mundo essa crença já tem muitos adeptos. No Chile, um vinicultor produz vinhos ao som de cantos de monges. Na Espanha, há quem deixe os vinhos envelhecendo com clássicos como Mozart, Beethoven e Liszt, por acreditar que, dessa forma, as reações químicas acontecem no mais perfeito equilíbrio. O caso mais notável dessa prática vem da Itália, onde Giancarlo Cgnozzi intuiu que as vinhas cresceriam melhor se fossem acompanhadas por alguma música. Com o auxilio de institutos de pesquisa, o viticultor provou que a musicalidade de Mozart e Vivaldi, por exemplo, através de suas ondas sonoras, tem efeito positivo no crescimento e sabor de suas uvas. Além de elas crescerem mais do que o normal e amadurecerem mais rapidamente, elas ficaram protegidas de pragas e parasitas.
Percepção
Além de a música influenciar a produção do vinho, ela também tem papel importante na percepção do sabor pelo nosso cérebro. Assim como a comida, a taça certa, a temperatura de serviço e o ambiente influenciam no sabor na hora de degustar um vinho, a música também pode deixar um vinho melhor. Não é à toa que as degustações são feitas em silêncio. Melhor do que o silêncio, segundo alguns estudos, é o barulho. Mas não um barulho qualquer.
Há muito tempo se sabe que a música pode afetar nosso comportamento, mas foi só em 2008 que uma pesquisa ligou o aspecto psicológico da música à percepção do gosto do vinho. Os testes se basearam na relação entre a cognição e a música, que sugere que as ondas sonoras estimulam áreas específicas do cérebro. Quando, então, um vinho é degustado, as áreas ligadas a essa atividade já estão ativadas e, por isso, permitem que as sensações sejam mais completas.
E não é só isso. Parece haver, também, uma música certa para cada tipo de vinho. O sabor dos tintos, em geral, é potencializado quando se ouve músicas mais pesadas, como rock. Segundo testemunhos, harmonizado com esse estilo, o Cabernet Sauvignon, por exemplo, é percebido 60% mais robusto, rico e poderoso do que quando é provado sem nenhuma música ou com jazz ou clássicos. Já os vinhos brancos, como Chardonnay, são melhor percebidos ao som de músicas energéticas.
Harmonizações perfeitas para música
CHARDONNAY – What’s Love Got To Do With It (Tina Turner), Rock DJ (Robbie Williams), Atomic (Blondie) e Spinning Around (Kylie Minogue).
CABERNET SAUVIGNON – Honky Tonk Woman (Rolling Stones), Live And Let Die (Paul McCartney and Wings), All Along The Watchtower (Jimi Hendrix) e Won’t Get Fooled Again (The Who).
SYRAH – Chariots Of Fire (Vangelis), Nessun Dorma (Puccini), Canon (Johann Pachelbel) e Orinoco Flow (Enya).
MERLOT – Over The Rainbow (Eva Cassidy), Easy (Lionel Ritchie), Sitting On The Dock Of The Bay (Otis Redding) e Heartbeats (Jose Gonzalez).
Fonte original do texto: UOL Adega
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