Texto por Jornal Periscópio – A comunicação eficiente entre as pessoas depende de uma boa audição. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um terço das pessoas acima de 65 anos têm dificuldades para ouvir. E o número aumenta quando atingem os 75: quase metade dos idosos nesta faixa etária têm problemas auditivos. Sem diagnóstico, a surdez pode agravar a saúde física e emocional.
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No idoso, a falta de audição pode impedir a capacidade de desempenhar plenamente seu papel na sociedade. Pode ocorrer o isolamento social, depressão, declínio cognitivo, falha na memória, aumento da incidência de quedas e até hospitalizações. Trata-se de um dos mais incapacitantes distúrbios de comunicação humana.
Os sinais de dificuldade auditiva são: aumentar o volume da televisão, dificuldade de entender o que é dito em situações de festas e ruído. Além disso, perguntar muitas vezes “o quê?”, fazer confusão com o que ouviu e escutar, mas não entender são os principais incômodos.
Para a Dra. Ana Emília Linares Pereira, professora doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), professora adjunta do curso de fonoaudiologia da Universidade de Sorocaba (UNISO) e responsável pelo setor de Fonoaudiologia da Ouroclinic “ouvir bem nos conecta com a vida e com quem amamos”, afirma.
A relação entre ouvir bem e se conectar com o mundo é imprescindível. “Ouvir bem faz toda diferença, pois nos conectamos com os que estão ao nosso redor e com o mundo. Quem ouve bem tem o mundo nas mãos e vive melhor”, aponta.
De acordo com Ana Emília, as causas da perda auditiva dos idosos são variadas. “As principais causas de perda auditiva na idade do idoso é realmente o envelhecimento natural do sistema auditivo, a perda auditiva induzida por ruído, as doenças familiares como as otites crônicas e algumas patologias autoimunes”, ressalta.
Por isso, buscar o quanto antes pelo médico Otorrinolaringologista é o ideal para obter o diagnóstico e realizar o tratamento correto. “Diante da suspeita da perda auditiva é importante procurar o médico Otorrinolaringologista que solicitará exames para o diagnóstico. Após a detecção da perda auditiva o médico orientará o uso da prótese auditiva”, diz. “Os aparelhos auditivos, atualmente, são modernos, discretos e se conectam com o celular e até com a televisão, permitindo conforto e audibilidade”.
Para a especialista, a reabilitação da audição é muito importante “para devolver a qualidade de vida, dignidade e, sem dúvida nenhuma, restaurar a comunicação e resgatar essas vidas [dos idosos] que muitas vezes ficam deixadas de lado pelos familiares”, relata.
Cuidados com a audição
Apesar de a perda da audição ser causada por vários fatores, existem alguns cuidados que podem ser tomados para evitar problemas mais graves e manter a qualidade da audição ao longo da vida. Confira:
- Monitore os sons em casa (televisão e aparelhos sonoros); não deixe o ouvido se costumar ao som alto;
- Se usar aparelhos sonoros, como fones de ouvido, tente manter o volume médio, com o qual possa conversar mesmo ouvindo música. O limite aceitável é de 85 db por 45 minutos;
- Evite ficar próximo a caixas de som nas festas, em shows de música ou trios elétricos;
- Só escuta som alto no carro? Cuidado! O alto volume em ambientes fechados não se propaga e, acima de 85 decibéis, ainda é pior;
- Sempre que possível, descanse sua audição em um lugar silencioso;
- Atenção às doenças do ouvido, como as otites; qualquer sensação incômoda, procure logo um otorrinolaringologista;
- Limpe corretamente seus ouvidos. As hastes flexíveis devem ser usadas somente na parte externa da orelha. Nada de cutucar;
- Evite exposição a ruídos excessivos, seja em ambientes fechados, seja nas ruas. Caso isso não seja possível, use protetores auriculares ou
minimize o tempo de exposição. Quanto maior a intensidade do barulho, menor deve ser o tempo em contato com o ruído.
Fonte original do texto: Jornal Periscópio
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