Texto por Viver Bem – Agitada, animadora, estimulante, barulhenta. Quem busca uma aula de spinning ou body pump nas academias de ginástica pensa na música alta como um incentivo ao exercício, mas desconsidera os danos que o volume do som pode causar, mesmo por alguns instantes.
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Os volumes das músicas de dez academias de ginástica de Curitiba e região dos Campos Gerais foram analisados em uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A maioria dos estabelecimentos foi reprovada quanto ao nível adequado à saúde, apesar de professores e alunos não se incomodarem e até mesmo aprovarem o som alto.
Quanto é alto demais?
Para ser considerada uma música alta e, portanto, causar prejuízo à saúde auditiva, o volume deve estar acima dos 85 decibéis (db). Nesta intensidade, qualquer pessoa poderá ficar exposta até oito horas por dia. Em algumas academias, o estudo encontrou volumes que ultrapassavam os 100db, valor que permitiria apenas uma hora de exposição, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, que trata de atividades e operações insalubres.
Ouvido acumulador
Sair da balada com um zumbido no ouvido e, no dia seguinte, não escutá-lo mais pode fazer parecer que está tudo bem. No entanto, as aulas na academia, com músicas tão altas quanto na festa da noite anterior, acumulam efeitos negativos no ouvido. Ninguém “esquece” o ruído que incomodou, mas eles vão se acumulando e aumentando o risco de uma Perda Auditiva Induzida pela Música ou pelo Ruído. Os prejuízos não acontecem do dia para a noite, mas a perda auditiva, que poderia vir apenas na terceira idade, pode surgir mais cedo.
Sintomas extra-auditivos
Sair da academia irritado, nervoso, estressado não é incomum. E a causa pode ser a música alta, que eleva o nível de cortisol do organismo. Dor de cabeça, tontura, baixa concentração e dificuldades para dormir são outros sintomas extra-auditivos que aparecem com frequência durante e mesmo após as aulas. Alguns se intensificam depois, outros diminuem e, em alguns casos, os alunos e professores podem sentir uma mudança temporária de limiar. A pessoa entra com uma audição normal na academia e sai com uma perda auditiva temporária, caracterizado pelo zumbido e redução na audição. Ainda que raro, o trauma acústico é uma possibilidade e ocorre frente a uma explosão, como um tiro.
Tire o fone de ouvido
Competir com a música da academia usando o fone de ouvido não é uma atitude aconselhada por especialistas. O fone de ouvido tem um limite de segurança, que é 40% do volume total do aparelho de reprodução sonora. Se o volume máximo for 10, é importante que não passe de quatro. Se for realmente necessário, prefira sempre os fones em forma de concha, que atenuam o som do ambiente externo e não ficam tão próximos da membrana timpânica.
Não é só a música
Se a sala da academia de ginástica não for tratada acusticamente e a estrutura permitir um tempo de reverberação (eco) maior, maior será também o nível de pressão sonora. Quanto mais um ambiente ecoa, mais vivo e reverberante ele será. Nesses casos, o som também é mais intenso. Procure academias com o tratamento acústico tanto para dentro quanto para fora da sala ou com piso de madeira, ou tetos acústicos, que normalmente são porosos.
Fonte original do texto: Viver Bem
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