Texto por Direito de Ouvir – De 30% a 35% das perdas de audição são causadas por exposição a sons intensos.
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 400 milhões de pessoas no mundo sofram de perda auditiva incapacitante. Destes, cerca de 150 milhões são pessoas acima de 65 anos e 32 milhões são crianças e adolescentes com idade igual ou inferior a 15 anos.
No Brasil, estima-se que a dificuldade de ouvir afete 9,7 milhões de pessoas. Em boa parte dos casos, a perda auditiva esta relacionada a fatores genéticos, ao envelhecimento – como no caso da presbiacusia – e a doenças infectocontagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola.
Mas há outro fator que tem aumentado consideravelmente o número de casos de surdez: a exposição a sons de alta intensidade. Cerca de 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissionais ou em lazer (como shows ou aparelhos eletrônicos).
“O som de alta intensidade lesa as células sensoriais auditivas e pode causar danos irreversíveis”, afirma a médica otorrinolaringologista Clarice Saba.
Prevenção ainda é mais importante
O limite máximo permitido de exposição a sons é de 85 decibéis. A partir deste nível há risco de perda auditiva, que depende da intensidade do som (volume), tempo de exposição e sensibilidade individual. Mas recomenda-se que o tempo de exposição não ultrapasse 8 horas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia, o volume de aparelhos de som individuais (a exemplo dos tocadores de MP3) podem chegar a 100-110 decibéis. Alguns países limitam o volume máximo na fabricação destes aparelhos, como o Canadá. No Brasil ainda não há nenhuma restrição. Por isso quem ouve música pelo computador ou pelo celular, pode perder a noção e facilmente ultrapassar estes limites.
Justamente por isso que os fones de ouvido já são considerados por muitos especialistas como um dos principais inimigos da saúde auditiva no mundo moderno. Crianças, jovens e até adultos passam horas a fio com os fones inseridos na orelha – essa proximidade pode prejudicar ainda mais as estruturas do ouvido.
Zumbido é consequência
Um outro problema que preocupa os profissionais de saúde é o zumbido, aquele barulho no ouvido que persegue o paciente 24 horas por dia.
O zumbido acontece quando o ouvido passa a enviar impulsos sem que haja uma fonte sonora que os envie. Por ser constante, esse barulho pode afetar o sono, a concentração e o equilíbrio emocional.
O zumbido no ouvido pode ser desencadeado por centenas de fatores que causam incômodos principalmente nos momentos de silêncio. A exposição prolongada a sons acima de 85 decibéis – como a que acontece no caso de quem abusa do uso de fones de ouvido – é um desses principais fatores – assim como alergias, inflamação no ouvido médio, diabetes, problemas na área da coluna cervical e medicamentos ototóxicos.
Todos esses fatores fazem com que não exista um tratamento único. A boa notícia é que mais de 70% dos pacientes já conseguem ter melhora parcial do zumbido quando um tipo de tratamento é bem indicado. Apesar do problema ter a possibilidade de controle e até de cura, em boa parte dos casos, alguns médicos e a maioria da população desconhece essa informação.
O alerta sobre a necessidade de prevenção não é à toa, afinal, conviver com a surdez não é nada fácil. Para proteger sua audição da perda auditiva e de problemas como o zumbido, abaixe o volume! É a prevenção ao alcance da sua mão!
Dicas para usar o fone sem causar prejuízos para audição
Prefira fones de ouvido que ficam externos à orelha – Os modelos intra-auriculares, menores e muito comuns hoje em dia, são mais prejudiciais. Quanto mais longe do conduto auditivo está a fonte de som, melhor.
Cuidado com o volume. Use o volume sempre na metade da graduação máxima do aparelho. O ideal é conseguir ouvir a música e os sons externos também. Se a música impede de ouvir os sons externos significa que está alta demais. Se a pessoa ao seu lado também consegue ouvir a música que você está escutando, é sinal de que o volume está muito alto.
Escolha sua música preferida. É claro que tendemos a aumentar o volume quando uma música de que gostamos muito começa a tocar. Mas, não se esqueça de diminuir o som depois que a música acabar, para não se acostumar ao volume mais alto.
Dê um descanso aos seus ouvidos. A cada hora de música ouvida no fone, faça dez minutos de pausa. O “repouso auditivo” também serve quando vamos a um show ou ficamos expostos a um som muito alto em um determinado dia. Evitar ficar dois dias seguidos exposto a ruídos altos ajuda a “descansar”, evitando que o dano auditivo – que tem como sintoma os zumbidos, por exemplo – torne-se permanente.
Baseado em: www.atarde.uol.com.br
Fonte original do texto: Direito de Ouvir
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