Texto por Veja – A descoberta indica que no futuro poderá existir um repelente ‘ecológico’ contra mosquitos transmissores de doenças.
Confira também no blog da Fine Sound: Sonorização de comércio: vantagens para clientes e colaboradores
Zika, dengue, chikungunya, febre amarela, malária. Todas essas doenças preocupantes são transmitidas através da picada de mosquitos. Para evitar esse contato, recomenda-se o uso de inseticida – nada ecológico – ou repelente – que necessita de aplicações constantes para garantir proteção. Felizmente, pode existir uma maneira mais divertida de se esquivar das picadas de insetos: a música. De preferência alta, é o que indica estudo publicado recentemente na revista Acta Tropica. De acordo com os pesquisadores, as vibrações de batidas eletrônicas, como a do Skrillex, distraem os mosquitos fêmeas, diminuindo seu tempo de reação na busca por alimento – ou seja, qualquer coisa viva que tenha sangue.
A pesquisa revelou que o barulho criado pela música alta também prejudica o acasalamento dos mosquitos. “Tanto os machos quanto as fêmeas produzem sons através do bater de asas. Para que o acasalamento seja bem-sucedido, o macho deve harmonizar seu tom de voo com o da parceira usando a sensibilidade auditiva”, explicaram os cientistas em relatório.
Este não é o primeiro estudo a encontrar resultado similar. Outros pesquisadores já haviam indicado que gêneros musicais, como Rock, também interferem no comportamento de insetos. O mesmo vale para ruídos produzidos pelo ser humano. A novidade é a descoberta de que a música pode ser usada como repelente.
Som na caixa, DJ!
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores criaram dois cenários: no primeiro, 10 mosquitos fêmeas (Aedes Aegypti) foram submetidas ao som de ‘Scary Monsters and Nice Sprites’, do Skrillex, por dez minutos; já o segundo, tinha a mesma quantidade de insetos, mas foram mantidos em silêncio. Ambos os grupos foram submetidos a 12 horas de fome. Depois do período sem comida, a equipe soltou os mosquitos em duas gaiolas distintas contendo um hamster, que serviria de alimento, e um mosquito macho virgem para o acasalamento.
No cenário barulhento, a distração criada pelas vibrações da música retardou o tempo de reação dos mosquitos, que levaram uma média de 2 a 3 minutos para iniciar a procurar por comida. Apesar de encontrar a presa, os insetos investiram menos contra o hamster, ou seja, picaram menos e, consequentemente, sugaram menos sangue. Já no silêncio, a resposta foi bem mais rápida: apenas 30 segundos para atacar a presa, que não foi poupada das picadas.
Os pesquisadores ainda notaram que aqueles submetidos à música alta fizeram cinco vezes menos sexo em comparação com os outros insetos. Segundo especialistas, toda essa alteração comportamental acontece porque as antenas dos mosquitos atuam como órgãos sensoriais que percebem vibrações e são sensíveis a ondas sonoras.
Esses resultados reforçam a ideia de que no futuro será possível desenvolver repelentes ultrassônicos que só afetem esses animais.
Fonte original do texto: Veja – https://veja.abril.com.br/saude/musica-alta-espanta-mosquito-afirma-estudo/
Confira também no blog da Fine Sound: Silêncio, por favor: ausência de barulho pode turbinar o cérebro e a criatividade